Represento quando escrevo
Sou o que permite o fingimento
No papel apenas relevo
Ao toque efémero pensamento
Que não se deixa tocar.
Um segredo disfarçado
Que não se deixa disfarçar
Pois as pessoas que contenho
Alimentam-se do meu ser
Como me alimento do ar.
Quem sou eu quando escrevo
Às vezes tu, por vezes eu
E antes de soarem palmas
Perguntam quem escreveu
Digo que uma das minhas almas.