quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quem sou eu quando escrevo

Represento quando escrevo
Sou o que permite o fingimento
No papel apenas relevo
Ao toque efémero pensamento
Que não se deixa tocar.
 
Um segredo disfarçado
Que não se deixa disfarçar
Pois as pessoas que contenho
Alimentam-se do meu ser
Como me alimento do ar.
 
Quem sou eu quando escrevo
Às vezes tu, por vezes eu
E antes de soarem palmas
Perguntam quem escreveu
Digo que uma das minhas almas.

domingo, 23 de setembro de 2012

Saudade

Ao pensar porque me esqueço, esqueci-me. Esqueci-me de escrever as palavras que tomaram de assalto a minha mente e, agora, encontro-me perdida, sem rumo, sem qualquer direcção - erro de principiante. Talvez fosse divagar sobre a vida, sobre a solidão, sobre sentimentos... Recordo-me agora, saudade! Queria dedicar estas frases a tão nobre sentimento, que consome e queima por dentro... Que triste contrariedade!
E, assim sendo, ao fechar os olhos, encontro o abraço perdido, uma palavra esquecida que agora renasce, trazendo consigo solidão. Por momentos, o chão evapora-se e a gravidade suga-me; a insegurança de não saber se cairei, faz-me acordar. 
Contradigo a natureza das coisas, das palavras e do meu próprio corpo, torturando-me uma vez mais. Por isso, minha cautelosa mente, agradeço-te por te esqueceres; meu querido coração, perdoa-me por recordar.
 
 

Encontro-me então.

Procura-me.
Perde-te comigo na escuridão
Reinvento-te na minha mão
Encontro-te em mim.
Encontro-me então.
O que os teus olhos dizem,
As palavras não…
E a chuva que cai
Em mim e não no chão.
Encontro-te em mim…
Encontro-me então.